Congresso: O Futuro do Trabalho
O último dia do 11.º Congresso Nacional da Administração Pública incidiu sobre o desenvolvimento de novas competências, através da liderança e colaboração.
Na primeira entrevista do dia, o Secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, destacou as “quatro linhas fundamentais e transversais nas lideranças na Administração Pública: orientação para o serviço público, trabalho colaborativo, orientação para os resultados e aposta na inovação". Considera que "a troca de experiência é essencial para o futuro”, revelando que se prevê a colocação de 50 dirigentes intermédios em programa de mobilidade de liderança internacional e intercâmbio.
“A Transformação Digital: Caminhos para a Administração Pública” foi o tema da entrevista ao Diretor-Geral Interino da Direção-Geral de Informática da Comissão Europeia. Segundo Mário Campolargo, "a transformação digital é o processo que as empresas (públicas e privadas) têm de assumir e coordenar para se adaptarem a uma sociedade que é ela própria digital" e que "deve ser centrada no cidadão". Conclui que a estratégia portuguesa se encontra em linha com a estratégia europeia.
Na Mesa Redonda VI, dedicada ao tema “O Trabalho, o Digital e a Liderança” e moderada pelo Professor da Nova FCSH, Paulo Nuno Vicente, os participantes abordaram o impacto da tecnologia no trabalho, nas competências, na formação, na legislação e na liderança. Estamos perante uma transformação digital na Administração Pública, e o painel destacou como exemplo a inteligência artificial e a criação de novas funções, decorrentes da mesma, e que visam melhorar o serviço público prestado ao cidadão.
Tivemos oportunidade de ouvir o analista político na OCDE, Kent Aitken, na entrevista sobre as “Competências de Inovação no Setor Público”, que apresentou alguns casos de estudo sobre este tema, evidenciando a importância de incluir os cidadãos no desenho de soluções com o apoio das novas tecnologias. Para o especialista é essencial o processo de experimentação, por tentativa/erro, até se atingir o sucesso, tanto no setor público como no setor privado.
A Mesa redonda VII, conduzida pela jornalista Ana Vilaça, reuniu um conjunto de dirigentes superiores, de diferentes áreas do setor público, que apresentaram a sua visão sobre as “Competências e Trabalho Colaborativo na Administração Pública”. Encaram o Plano de Trabalho Colaborativo na AP como uma oportunidade de partilha de boas páticas, onde se diagnosticaram os problemas e surgiram potenciais soluções, numa primeira fase, estando agora ao nível da execução de projetos.
A encerrar o 11º Congresso Nacional da Administração Pública, a Entrevista VIII teve como entrevistada Maria de Fátima Fonseca, Secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, e moderada pelo jornalista Vasco Trigo e focou-se não só no tema de fundo desta entrevista “Competências para Colaborar e Inovar”, mas também no culmitar de todas as ideias discutidas nas várias sessões, durante estes três dias de partilha e reflexão. Todos os temas debatidos no 11º Congresso “representam o ADN que queremos ter na Administração Pública”. Em jeito de sintese, este “ADN” representa “inovação, simplicidade, participação e colaboração” na mudança organizacional que está em curso, concluiu Maria de Fátima Fonseca.
O 11.º Congresso Nacional da Administração Pública contou com mais de 5.500 participações, em ambiente virtual, no total das sete mesas redondas e 8 entrevistas, ao longo dos três dias.
Todas as sessões estão disponíveis no canal do Youtube do INA.
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25 de setembro 2020
